23/04/2007
Note from Carlinhos Bittencourt (Portuguese text only)

Carlinhos Bittencourt
We publish this note sent by Carlinhos Bittencourt, former CBFS member. Every consideration reported below only belongs to the author of the article and is not expression of the Futsalplanet.com point of view.

Uma Vida a Serviço do Futebol de Salão/Futsal Brasileiro

Muitos amigos, salonistas, jornalistas e até mesmo pessoas com as quais não tive muito convívio têm cobrado pronunciamento de minha parte sobre os rumos que o futebol de salão/futsal tem tomado. Tenho procurado manter-me ao largo, mas atento aos acontecimentos. De vez em quando sou surpreendido por declarações cujo propósito não consigo entender, mas deduzo que existem outros interesses por trás. É só aguardar. O tempo é o senhor da razão.

Entretanto, como novos dirigentes estão entrando no meio salonístico e algumas pessoas estão recebendo informações que nem sempre condizem com a verdade, é que estou distribuindo esse manifesto que relata a minha trajetória no futebol de salão/futsal e que, ao mesmo tempo, serve para mostrar a minha gratidão aos que comigo trabalharam.

A minha vida foi totalmente voltada para o futebol de salão/futsal e, deixando a modéstia de lado, posso afirmar que poucos são os salonistas que deram tanto de si em prol da modalidade. Tenho a plena consciência de que fui um dos mais influentes e atuantes dirigentes da CBFS.

O meu trabalho sempre foi muito ressaltado e elogiado por todos, até mesmo por aqueles que hoje não convivem mais ao meu lado. Isso pode ser facilmente constatado bastando consultar os relatórios anuais da CBFS quando o atual presidente da entidade por seguidas vezes não economizou elogios ao meu trabalho, chegando a afirmar que sem a minha atuação a CBFS não teria alcançado resultados expressivos. Tenho certeza que as suas palavras vinham do fundo do seu coração a ponto de não conter a emoção e chorar diante da platéia de dirigentes de federações e convidados. É claro que nessas ocasiões também me emocionei, por ver o meu trabalho reconhecido e de receber perante todos os presentes palavras de agradecimento e de estímulo. Mas longe de me acomodar com os resultados obtidos, os depoimentos públicos anuais do atual presidente sempre me deram mais disposição para o trabalho e a certeza de que estava no caminho certo. Aliás, por questão de justiça, é bom frisar que o mérito dos erros e acertos não cabem apenas a mim, pois sempre atentei para a hierarquia.

São muitos os momentos que vivi e que trazem profundo orgulho: de ter participado de todas as conquistas internacionais da seleção brasileira, com a exceção da Holanda. Cinco campeonatos mundiais, três vezes o fair play instituído pela FIFA e campeão de vários eventos internacionais com as seleções sub 17, 20, 23, principal e feminino.

Em 2003/2004 tive a honra de me incorporar ao Projeto Futsal Um Sonho Olímpico – Londres 2012 através de fotografias juntamente com Ciro Fontão de Souza e entrevistado por Bill Sampaio - diretor técnico do projeto, conclamando em pronunciamento ao mundo aderir a este projeto, que hoje já atinge a 126 países com o apoio FIFA, UEFA, COB.

A minha trajetória no futebol de salão/futsal teve início como jogador do Esporte Clube Flamenguinho, em Salvador. Posteriormente cheguei à Federação Baiana de Futebol de Salão/Futsal onde fui o seu presidente por muitos anos.


Quando da fundação da CBFS, em 1979, fui eleito vice-presidente regional.

Já no segundo mandato do atual presidente fui eleito Vice Presidente, sendo o responsável pela parte técnica da CBFS, função que exerci até janeiro de 2005, quando houve aquela “estranha” eleição, que todo o Brasil até hoje procura entender como OITO federações podem ganhar de DEZENOVE.
Lembro que um dos advogados afirmou para todos os presentes: “A CBFS está a serviço de seus filiados e não o contrário e não se pode curvar à vontade da minoria”.
Na ocasião o desfecho foi tratado com deboche, ironia, motivo de piada, mas o fato é que o atual presidente foi ficando e pretende permanecer até 2010, com o beneplácito da grande maioria de dirigentes, incluindo aqueles DEZENOVE que assinaram um manifesto de não reconhecimento da autoridade do atual mandatário da CBFS. Guardo com muito carinho tal manifesto.

Do episódio tirei muitas lições. Dos oito dirigentes que de imediato não apoiaram a minha candidatura nada a reclamar. Essa decisão foi tomada por convicção ou motivo pessoal o que é um direito de cada um e faz parte da democracia. O que eu não consigo entender até hoje é o posicionamento que alguns poucos tomaram após falas inflamadas e atitudes radicais. Posso até aceitar que isso tenha sido feito com receio de que a sua federação viesse a sofrer algum tipo represália. Mas o que dizer daqueles que não eram dirigentes, mas assumiram, naquele momento, uma atitude e postura de mentor, guru, conselheiro, ou o que mais se possa chamar. Sinceramente, eu não consigo entender. Aliás, não acontece apenas comigo. Outro dia recebi um telefonema me perguntando: “Carlinhos, será que eu estou doido, ou é isso mesmo?”.

Uma das lições que tirei é que a lealdade a uma amizade ainda vale a pena. Embora não tenha recebido, por parte de pouquíssimas exceções, a mesma lealdade que dediquei não posso me queixar disso.

Convivi com pessoas extraordinariamente maravilhosas. Desde 1982 quando passei a dirigir
todos os campeonatos brasileiros de seleções (adulto, juvenil e infantil), Taça Brasil (adulto, juvenil e feminino), todos os treinamentos e participações da seleção brasileira (em todas as suas categorias) tive a oportunidade de conhecer pessoas extremamente respeitáveis e de compartilhar momentos que se tornaram para mim inesquecíveis.

Nesses momentos tive a feliz oportunidade de conviver com os melhores treinadores e jogadores do futsal nacional e internacional.Treinadores como César Vieira, Fernando Ferreti, Gláucio de Castro, Vander Iacovino, Douglas Pierrotti, Paulo Mussalem, Ricardo Menezes, Lucena, Azeitona, Marco Bruno, Miltinho, Faissal, Paulo Saranduba, Jarico, Totonho, Marcos Moraes, Paulo César, Eustáquio Araújo (Tacão), Xavier Losano, Orlando Duarte, Juan Orihuela, Fernando Larranaga, César Robido e Julio Romero. Aliás, para mim, o técnico Takão merece um destaque especial por ter ganhado todos os títulos que disputou.

Conheci pessoas maravilhosas e de extraordinário caráter. Dentre eles, cito gente como Ararino Salum, Saul Brandalise, Leonildo Dalponte, Clovis Tramontina, Rudy Vieira, Ricardo Trade (Baka). Henrique Silveira, Vicente Piazza, José Lacerda, João Antônio Moreira. E outros




que infelizmente já não se encontram mais conosco como Januário DÁléssio Neto, Mário Augusto Lopes (por quem sempre tive uma estima muito especial), Vilson Coelho, Esperidião Azambuja, Jorge Kudri.

Além de ser ajudado fiz grandes amizades com dirigentes, médicos, fisioterapeutas, pessoas como Edson Nogueira, Eurico Miranda, Guilherme Ribeiro, Beto Vieira, Luciano Frota, Aloir Oliveira, Marcelo Soprano, Aristides Silva, Ênio, Cabral, Rodrigo Paiva, José Carlos dos Santos, Gilberto Rodrigues, Dr. Afonso Magalhães, Dr. Cabral e todo o quadro de árbitros. Os contatos permanentes com as Universidades UCS, ULBRA e UCGOIAS. Todos não saem da minha memória.

Como esquecer Daniel Pomeroy, Antônio e Terezinha Petros, Nastare, Rubens Bueno, Reinaldo Simões, Carlos Matielo. São tantos e tão importantes na minha vida que ao citar apenas alguns já sei de antemão da injustiça que estou cometendo com tantos outros.

Nunca fiquei somente atrás de birô. Aliás, com o propósito de não deixar que a história do nosso futebol de salão/futsal seja contada ao belo prazer por parte de alguns, não posso deixar de registrar um fato que para mim é motivo de muito orgulho: a ida do futsal para a FIFA. Em reunião, realizada na sede do Bradesco, juntamente com Álvaro Melo Filho e com a presença de Ararino Salum, tratei do assunto com João Havelange e Joseph Blatter. Foi a partir desse encontro e de outros que se sucederam que o futebol de salão entrou na FIFA. Em outras oportunidades tive a honra de participar de várias reuniões em prol do Futsal com as maiores autoridades mundiais, como Joseph Blatter, João Havelange, Ricardo Teixeira, Carlos Nuzman, Julio Grondona, José Lopolito, Dr. Figuerêdo, Henrique Romero, José Maria Zubzarreta, Alex Para, e outros.

Por várias vezes representei o Brasil em Congressos e Conclaves, sempre defendendo os interesses brasileiros. Fui o presidente da delegação brasileira em praticamente todas as excursões e competições internacionais. São lembranças maravilhosas que guardo até mesmo em fotografias, desde o mais longínquo lugar do Brasil em que a nossa seleção se apresentou até as pirâmides do Egito. Fui diretor técnico da Confederação Sul Americana e posteriormente membro efetivo.

Sempre procurei estar atento a tudo que acontecia no futebol de salão/futsal brasileiro e desse modo prestigiei e participei de quase todos os Cursos de Arbitragem ministrados por Mário Lopes, Daniel Pomeroy, Paraguassu de Figueiredo, Paulo Week, Noildo Paixão, Sérgio Camanha, Luis Carlos Fernandes.

Dirigi a Liga Nacional desde o seu inicio em 1995 até 2004. Nesse trabalho contei com a colaboração siginificativa da empresa Sport Mídia através dos seus dirigentes Sérgio Vilela, Cláudia Guedes, e toda a sua equipe; e com a participação e fundamental auxilio de Mário Augusto Lopes, que sempre me emociona cada vez que o seu nome é pronunciado. O seu substituto, Paraguassu Figueiredo, igualmente muito me ajudou. Nesse trabalho faço também um destaque especial ao grande salonista Daniel Pomeroy.






Como me sinto honrado e agradecido por ter recebido de 23 federações o Título de Benemérito e Grande Benemérito. Quantos salonistas podem ter recebido uma honraria dessa magnitude em tão grande número? Além do carinho e apreço dos dirigentes das federações tenho certeza que isso é o reconhecimento pelo nosso trabalho e dedicação. Na verdade sempre contei com o apoio de todos os presidentes de federações, ou seja, até mesmo com aqueles que não votaram na minha candidatura. Em 2004 fui agraciado com uma medalha conferida pela Câmara Municipal de Fortaleza.

Nesta minha trajetória salonista verdadeira, toda citada acima, tive ILUSÕES e DECEPÇÕES, que resumo em Álvaro Mello Filho e Aécio Vasconcelhos.

Essa é um pouco da minha história com um misto de desabafo, sempre ajudando o futebol de salão/futsal brasileiro e, ainda, procurando repor as coisas conforme a história aconteceu.

Por fim, apesar da tremenda injustiça de que fui vítima por ter um mandato negado mesmo com apoio de DEZENOVE federações, tudo isso veio trazer uma grande recompensa: com menos viagens tenho hoje mais tempo para minha família e, principalmente, meus netos.

Aos meus familiares o meu mais carinhoso agradecimento pelo apoio e constante presença. Faço também o meu grande agradecimento aos amigos salonistas pelas constantes palavras de apoio e carinho. Não tenho palavras para expressar o meu eterno agradecimento pela sincero apoio dos amigos Osmar Oliveira (presidente da Federação do Estado do Rio de Janeiro), Edson Nogueira (presidente da Federação Pernambucana de Futsal), Hans Wernner (ex-presidente da Federação Catarinense de Futsal), Nelson Matias, Vicente Figueredo (autor de vários livros do Futsal), Ricardo Trade (MKT) e a Imprensa Nacional e Internacional falada, escrita e televisionada. São tantos e tão importantes na minha vida, que desde já peço desculpas àqueles que infelizmente não foram citados por qualquer esquecimento, e de antemão já os agradeço.


Carlos Alberto Gonçalves Bittencourt



Posted by Luca Ranocchiari --> luca.ranocchiari@futsalplanet.com


 


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